segunda-feira, 27 de julho de 2009

Conclusões das Conversas sobre o Futuro:

As “Conversas sobre o Futuro” continuam a decorrer no presente no espaço Adoroaveiro. Desta vez falou-se sobre um tema gerador de paixões e de difícil definição: a cultura.

Perante uma sala cheia Carlos Martins, director executivo de Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, iniciou a sua intervenção fazendo uma “declaração de interesses” apresentando-se como um gestor cultural que procura olhar a actividade cultural como potencialmente geradora de riqueza, em flagrante contraste com uma visão subsídio dependente muitas vezes associada às práticas culturais.

Defendeu que os espaços culturais devem ganhar cada vez mais a função de desencadear a vontade e o desejo de participação dos cidadãos em todo o processo de construção e vivência cultural.

Questionou igualmente a organização convencional dos pelouros nas autarquias, onde a cultura aparece frequentemente como um pelouro autónomo. Para ele, a cultura deve ser transversal, contaminando todo o trabalho camarário, desde a educação até á economia. Defendeu igualmente a profissionalização e a independência dos trabalhadores da autarquia (ou contratados para o efeito) em relação ao poder político.

João Aidos, director do Teatro Virgínia, Torres Novas, e engenheiro especialista em espaços cénicos, defendeu a realização de contratos programa com os agentes culturais para de essa forma existir mutua responsabilização entre a entidade financiadora e a executora. Defendeu que é importante pensar a cidade articulando, organismos e instituições, referindo a experiência do projecto “Aveiro à volta do património”. A procura dos factores de diferenciação positiva que Aveiro pode apresentar, a articulação da actividade cultural com o turismo, e sua ligação à produção de conhecimento que emana da universidade, são outros factores fundamentais para que a cultura possa ser uma plataforma de cidadania e bem estar.

Em resumo, apontou-se para a substituição do papel programador cultural por parte da câmara, por uma acção mediadora entre os produtores e os consumidores culturais.

Estas conversas irão continuar incidindo sobre os agentes culturais e terminar nas grandes linhas estratégicas para uma nova política cultural.

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